domingo, 20 de julho de 2014

Duas mulheres de Laerte

A mãe de Laerte, e Shirley, viajaram pelo mundo, experimentaram de tudo e agora curtem a família. O marido da primeira morreu. A segunda não chegou a se casar. No desenrolar normal da sua vida, a família burguesa se desintegra. Estas duas mulheres ocupam-se em narrar a vida daquele que sofreu por amor, quase matou um amigo, foi preso e exilado, especializou-se e brilhou no exterior, e agora está de volta. A mãe de Laerte o mantém como homem especial, bom demais para qualquer mulher. Shirley o mantém como dono da noite mais quente dela, e dono das noites incríveis de outras mulheres. Mulheres que correm para confirmar o bom gosto de Shirley. Casar com Helena seria o fim dele, a mãe avisou. A fixação por ela, tê-la só para si, uma vez realizado, cessaria o brilho dele. Shirley anunciou o casamento como o último dia de vida de Laerte. No dia seguinte o sol nascerá... sem ele. Ela é o demônio que sabe o seu fim. Sempre acompanhará aquela alma. Ela o avisa sobre a porta que o leva à morte. Deixa-o ir. Passando da porta, só a mãe conversará com ele, observada por Shirley. O corpo do filho é um desconhecido, assim como a própria face, no espelho. A mãe conversará com Laerte e o marido, mortos. Ainda se encaixam, as peças da família.

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