segunda-feira, 2 de junho de 2014

Nossas manifestações

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Há um ano, o eu manifestou-se publicamente. Ouviu e foi ouvido. Foi sem unificação. Foram muitas demandas. Mais que isso: foram muitas formas de expressão. Em comum, o sentir-se não representado pelos políticos que estão aí, devido ao próprio modo com que os partidos lançam candidaturas. O momento, então, mudou, e as greves dos professores, garis, rodoviários e seguranças de banco, e também os gritos de moradores de favela e de indivíduos sem-teto, vieram fortes, e muito observados por todos. A polícia abusou da força. A tv e a opinião corrente, nas ruas, tornou-se: manifestações são semi-vandalismo. O governo não atendeu a maioria das demandas. Cada grupo e categoria apresentou sua demanda, se não única, com alguma unificação. Eus sociais, então, mas ainda limitados a uma identidade. Agora tem essa manifestação (https://www.facebook.com/events/1491523437745467/), reunindo rodoviários e professores. O eu se alarga, sob a busca por melhores salários. Tem mais gente, aí, vivendo mal. Tem gente aí para querer mais da vida do que sanar o que vai mal (casamento gay não é demandado a fim de resolver um problema, mas de acrescentar, aumentar as possibilidades da nossa vida - daqui a pouco, todos poderemos virar gays e casar!). E tem gente aí para falar mais da cidade, conversar sobre o viver nela. É o eu quem se manifesta, sempre, pois toda fala e demanda são vividas como tendo a ver com formas de aparecer e de armazenar, do tipo "eu". E o eu ficará mais rico, mais plural, em características. Há um clima propicio a isso, e a mais manifestações. A melhoria de uma coisa tem tudo a ver com a da outra.

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