quarta-feira, 18 de junho de 2014

Desmedida

Já tomei agua gelada rápido. Doeu a garganta, não desceu direito. Também doeu a cabeça. Água quente, por sua vez, não tem graça. Acordei ontem no meio da madrugada. A boca estava grudando, e o ventilador jogando ar quente. Tive preguiça de levantar, mas não conseguiria dormir daquele jeito. Deixei o quarto, desci as escadas, passei a cozinha e calmamente pus-me a preparar um copo de água gelada. Não peguei suco, nem coca. Bebi lentamente a água, e fazendo várias pausas. Sentia o geladinho se espalhar pela boca. Terminei. Foi gostoso. O geladinho dominava minha garganta e estômago, sem causar nada além de prazer. Eu não poderia querer mais nada. Satisfiz-me com um líquido bem escolhido, bebido na hora certa e na medida exata. Sinto que Epicuro tem razão. Mentira. Após a água, bebi coca. Estava quente e xaropenta. Voltou o grude da boca, e o gás deu calor. Tive que beber mais água. Epicuro, porque é tão difícil ficar com você, sem abrir pra ninguém?

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